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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Igreja e a Segurança Pública

Esta reflexão será norteada no tema proposto pelo Conselho de Segurança  Municipal de Quixabeira: “O papel da Igreja na construção de uma sociedade mais segura”. A Igreja sempre procurou a paz. Essa paz que pode ser entendida de duas maneiras: a paz advinda do interior das pessoas no seu relacionamento com o seu criador – a  espiritual; e a paz com seus semelhantes, sem brigas ou conflitos, aquela provinda da segurança do indivíduo no que diz ao respeito aos seus direitos fundamentais – a paz social.

Essa paz que a Igreja deseja e prega a seus fiéis é a que Jesus transmitiu a seus discípulos: “Eu vos deixo a paz eu vos dou a minha paz”. Jo 14,27). Mas Jesus também adverte dizendo: “A paz que eu vos dou não é a paz que o mundo dá.” O que Jesus quis dizer com isso é que a paz do mundo é uma paz muito relativa: alguém só quer que os outros “façam paz” para ele, mas não há esforço nenhum de sua parte para fazer com que o outro, também, viva em paz. A prática da “lei de talião”: do “olho por olho, dente por dente”, infelizmente, ainda é praticada hoje, contrariando a palavra da Igreja quando fala em nome de Jesus, pregando o amor e a caridade. E a caridade consiste no reconhecimento da falta, no perdão, na reconciliação e, dessa forma, na paz que traz a segurança para todos.

Sempre soubemos que a violência, a insegurança e a injustiça estiveram presentes em todos os tempos. Entretanto, a sociedade, ultimamente, ultrapassou o limite daquilo que se pode suportar. Portanto, a construção de uma cultura de paz é responsabilidade de todos, e de cada um, com atitudes de respeito e solidariedade, e obviamente, também da Igreja entendida como hierarquia e povo, para que não haja excluídos.

No ano de 2009 a Igreja lançou o tema Fraternidade e Segurança Pública e que tinha como lema “a paz é fruto da justiça” e que a construção de uma cultura de paz é possível por meio de atitudes e projetos concretos. Neste ano a Igreja propõe um tema também muito importante: Fraternidade e a vida no planeta: “a criação geme em dores de parto”. Sim, na violência ao meio ambiente e às criaturas inclui-se o ser humano. Nesse sentido, a Igreja e a sociedade nos interpelam a optar decididamente e a dar nossa contribuição na busca de uma paz positiva, orientada por valores humanos, como a solidariedade, a fraternidade, o respeito ao outro e à natureza; a mediação pacífica de conflitos e assim a Igreja estará cumprindo o seu papel pautado na justiça e na solidariedade.

Por outro lado, não há igreja ou poder civil que consiga segurança numa sociedade onde existem marginalizados: pessoas que por se sentirem excluídas fazem suas próprias leis que, na maioria das vezes, são pautadas na violência e, mais uma vez combatidos com violência.

Portanto, nesse sentido de construção de uma cultura da paz, em busca de uma sociedade construída na segurança, é urgente que o poder civil faça uma política justa que contemple a todos sem distinção de raça, de religião, preferência de grupo político entre outras e, isso não se faz sem políticas públicas bem direcionadas para a educação, a saúde e a segurança, através de serviços públicos sociais, como também dando respaldo às instituições não-governamentais que dão a sua contribuição em projetos que desenvolvem a comunidade garantindo esses direitos para os marginalizados da sociedade.

Jesus aponta em sua missão, através de sua Igreja, caminhos de paz ensinando que ela não é alcançada por caminhos violentos. A caridade, o amor fraterno, o perdão, a solidariedade, o resgate do pecador, a inclusão dos excluídos, são alguns dos caminhos que Jesus aponta. Apoiar as associações que lutam para superar as causas da insegurança, promover o diálogo com os poderes públicos, leis e políticas públicas que permitam a construção de uma sociedade mais segura. E para que se difunda a cultura da Paz, é necessário se ter em mente a espiritualidade da não violência, priorizando o diálogo, a solidariedade, o perdão.

A igreja não se furtará de cumprir seu papel de busca da justiça como disse Jesus: “Buscai primeiro o reino de Deus e tudo o mais vos será dado por acréscimo”. Está aí toda a segurança proposta pela Igreja. Fora dela não será possível, pois o reino de Deus já começa aqui, com a justiça: ninguém passando fome, crianças e jovens não podem ficar abandonados à sua própria sorte, sem orientação, entrando no mundo das drogas, perdendo sua vida na mais tenra idade; os pais de família não podem ficar desempregados, sem dinheiro para comprar o pão de cada dia, que não consiste apenas na comida.

A Igreja tem e desempenha um papel muito importante nessa construção de uma sociedade mais segura, também fazendo a sua parte através de projetos sociais como a Pastoral da Criança, Pastoral da Juventude, Pastoral da Família e do estímulo aos seus fiéis para participar de uma política do bem comum. Principalmente, porque o que a igreja propõe é a formação da pessoa, tanto no plano espiritual quanto no social, uma vez que não podemos ser “boas almas” se não cumprirmos bem as nossas obrigações civis. E, pressupõe-se que, estar em dia com suas obrigações civis é também “amar o próximo como a si mesmo”.

Terezinha Gonçalves Novais, Ministra Extraordinária da Eucaristia e da Palavra na Igreja Católica em Quixabeira Ba.

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